terça-feira, 8 de setembro de 2015

Primeiros trabalhos

Segunda-feira, 24 de agosto, primeiro dia de trabalho. A missão era entregar a carga de material hospitalar (4 paletes de chapas de raio-x) em uma distribuidora em Barueri-SP. Tínhamos que estar na porta do destino às 8h da manhã.

Para chegar em Barueri, tem que cruzar a cidade de São Paulo, Marginal Tietê de ponta a ponta, para pegar, do outro lado, a Rodovia “ditador” Castelo Branco. Havia um pequeno porém: o rodízio de carros na capital paulista. Como a placa da Sprinter que íamos dirigir termina com 1, não poderíamos passar pela Marginal nas segundas-feira, das 7 às 10h e das 17h às 20h. Uma solução seria dar a volta pelo Rodoanel, mas que não compensava porque aumentaria 80km (e uma hora) no trajeto. Decidimos então acordar mais cedo, sair mais cedo e chegar mais cedo no nosso destino, evitando assim imprevistos.

Eram ainda 4h da manhã, fazia um baita frio, e a gente já estava saindo da transportadora. O que a gente não esperava era que o vidro do passageiro estava com problema e uma vez abaixado, não subia de jeito nenhum! Não teve jeito: fomos e voltamos com aquele vento gelado da manhã paulista (e o perfume do Tiête) entrando com vontade pela janela do passageiro...

Não tinha nem amanhecido o dia e a rodovia Dutra estava lotada de gente querendo chegar na capital! Engarrafamento antes das 5 horas da manhã...

Aos poucos, a própria estrada vai dando fim ao medo e à insegurança...

Com sucesso cruzamos a cidade de São Paulo. Às 6h estávamos no portão (fechado) do cliente. Encostamos numa pracinha próxima e dormimos, apertados nos bancos da Sprinter, até minutos antes das 8h.

Estacionamos no pátio da distribuidora e esperamos (lendo livros) até as 9h para sermos chamados.

Manobramos em meio a outros caminhões, de maneira a entrar de ré no galpão. Colocamos em prática o aprendizado do manejo da plataforma e meio sem jeito fomos tirando os 4 paletes com o carrinho. Estava na cara que éramos calouros ali. Depois de deixar uns paletes, o carrinho escorregou e desceu desgovernado da plataforma, com toda velocidade e quase trombou com outras caixas! Além disso, ao chegar lá vimos que a carga estava misturada e que teríamos que “bater o palete” (quer dizer separar a carga na mão e montá-la de forma organizada em outro palete, no chão). Ficamos olhando com cara de paisagem até entender o que tínhamos que fazer. Para assinar as notas, ficou claro toda nossa falta de desconhecimento dos procedimentos. Pra piorar o funcionário da empresa resolveu fazer uma prova oral sobre o caminhão: qual o ano de fabricação, qual a data da última revisão, qual a placa? No treinamento não teve nada disso, mas aos poucos fomos descobrindo tudo que ele perguntava e prometemos estar afiadxs para próxima.

Enfim, com sucesso, terminávamos nossa entrega por volta das 10h. Já podíamos cruzar de volta a Marginal Tietê, com aquele gostinho de vitória.




Destino: Distribuidora em Barueri-SP
Carga: Material hospitalar
Distância percorrida, ida e volta: 230 km





Na terça-feira (25/08) o destino era uma fábrica de cervejas, em Araraquara-SP. Carregar insumos para produzir cerveja, essa é uma carga que dá até gosto de levar!

Antes das 5h da manhã, a nossa Sprinter pegava a Dutra. Além do frio, muita chuva e neblina atrapalhavam a visão, quando entramos na rodovia Dom Pedro I (Por sorte, a janela voltou a subir!).

Na cidade de Americana, paramos para calibrar os pneus e notamos que um deles estava bem mais vazio que os outros... estava vazando ar pelo bico! Analisamos o step e vimos que não dava para confiar. Paramos numa borracharia no fundo de um posto e lá ficamos mais de hora, debaixo de uma chuva impiedosa, arrumando tanto o pneu traseiro quanto o step.

Resolvido o problema, seguimos nossa viagem, rumo à rodovia Anhanguera. Depois de São Carlos, lá estava Araraquara. Não tivemos dificuldades para encontrar a fábrica, que fica bem na entrada da cidade, à beira da estrada.

Às 10h30 demos entrada na nota fiscal e estacionamos a Sprinter. Avisaram que só iam nos chamar depois do almoço. Então fomos dar uma volta no centro de Araraquara, onde encontramos um restaurantezinho por quilo, simples, barato, mas com feijão gostoso e uma polenta frita incrivelmente delícia.


Às 13h30 nos chamaram no alto-falante. Descarregamos sem maiores problemas, mas sem esconder a falta de intimidade com a paleteira.

Às 14h30, já estávamos na estrada de volta para Jacareí. Contentes pelo sucesso de mais uma entrega – e por fazer parte da cadeia de produção da cerveja!
 Destino: Fábrica de cerveja em Araraquara-SP
Carga: Insumo para cerveja
Distância percorrida, ida e volta: 660 km



Dia 26 de agosto de 2015. Às 08h30 saímos com destino a uma fábrica de doces na cidade vizinha de Tremembé. A carga era de baldes de doce de leite e extrato de tomate. Às 10h30 descarregamos.

Naquela tarde fomos carregar material hospitalar na fábrica em São José dos Campos, para levar no outro dia em um hospital na capital paulista.


Destino: Fábrica de doces em Tremembé-SP
Carga: Doce de leite e extrato de tomate
Distância percorrida, ida e volta: 140 km



Quinta-feira, 26 de agosto. Às 4h30 saímos rumo a um hospital no miolo da capital paulista.

A impressão foi a mesma das viagens anteriores: o dia nem tinha amanhecido e pegamos engarrafamento desde Guarulhos até chegar no hospital. A impressão que dá é que não cabe tanta gente assim no mundo.

Essa entrega nos trazia o medo especial de dirigir um caminhão em pleno centro da cidade de São Paulo. Não tivemos nenhum problema, mas a tensão é muito maior do que pegar aquele estradão livre pela frente.

Antes das 6h, já estávamos na porta do hospital. Ganhamos uma horinha livre, que nos rendeu uma soneca revigorante na boleia. Às 7h descarregamos e não tardou muito em deixarmos para trás o centro babilônico de Sampa.

Nesse dia, o Tonho ficou em São Paulo, para um curso de viola e a Fran voltou dirigindo sozinha até Jacareí.




Destino: Hospital em São Paulo-SP
Carga: Material hospitalar
Distância percorrida, ida e volta: 180 km



Fizemos ainda alguns pequenos trabalhos. No dia 02 de setembro, à noite, fomos nós dois como ajudante de outro motorista para auxiliar na desmontagem de uma feira de produtos veterinários em um parque de exposições na capital paulista. Lá foi uma dificuldade para entrar na feira. Não tinha muita organização sobre quem seria o primeiro a descarregar e o funcionário que cuidava do estacionamento tentava organizar uma fila por ordem de chegada (que não funcionava muito bem). Nesse tempo, conseguimos ir jantar. Na volta, ajudamos a desmontar, guardar, empacotar e carregar o material do stand dos nossos clientes até saída da feira. Terminamos quando a feira já estava quase desmontada e só voltamos no fim da noite.

No dia 03 de setembro, a noite, fomos carregar numa fábrica de sucos em Caçapava. Entretanto, depois de já haver colocado todo a carga no baú, não foi possível tirar a nota fiscal, pois havia sido cancelada pelo cliente, e tivemos que devolver toda a carga no galpão.


Alguns dias dessas semanas não tivemos viagens, assim ficávamos na transportadora esperando para ver se saia alguma coisa, checando o caminhão e fazendo alguns trabalhos como buscar alguma coisa para empresa, “aprender” a dirigir a empilhadeira e ficar conversando com os outros funcionários sobre assuntos diversos, como: CAMINHÃO!






5 comentários:

  1. Boa demais essa ideia! Delicioso de ler! Orgulho desses caminhoneiros!!
    Bjs

    Janete

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  2. " Encostamos numa pracinha próxima e dormimos, apertados nos bancos da Sprinter, até minutos antes das 8h." - *suas definições de amor foram atualizadas* bonitinhos amados do meu coração! Que bom que tá dando tud certo! Continuem portando que ti lendo tudo! Beijos beijos, Rak

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  3. " Encostamos numa pracinha próxima e dormimos, apertados nos bancos da Sprinter, até minutos antes das 8h." - *suas definições de amor foram atualizadas* bonitinhos amados do meu coração! Que bom que tá dando tud certo! Continuem portando que ti lendo tudo! Beijos beijos, Rak

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  4. " Encostamos numa pracinha próxima e dormimos, apertados nos bancos da Sprinter, até minutos antes das 8h." - *suas definições de amor foram atualizadas* bonitinhos amados do meu coração! Que bom que tá dando tud certo! Continuem portando que ti lendo tudo! Beijos beijos, Rak

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  5. Gente, São Carlos! Minha cidade, da minha infância. Meu mundo por essa polenta frita! <3 Traz pra mim?!?! Troco por pamonha! ahaha
    Beijos seus danadinhos!

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