quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Ubatuba e Ilhabela

A vida de caminhoneires é assim: um dia ta no interior do país, no outro já está no litoral. Na quarta estávamos no centro de Goiânia, na sexta atravessando de balsa o atlântico!


No dia 05 de fevereiro - sexta que abre o carnaval - fomos entregar a carga de papel higiênico no litoral norte de SP que coletamos em Paulínia, no retorno de Goiás.


Saímos às 04h30 horas da manhã e acompanhamos o sol nascer na descida da serra do mar. 



A primeira entrega foi num depósito de um supermercado em Ubatuba. Não adiantou muito ter madrugado, já que demoraram bastante para nos liberar para a descarga.


A segunda entrega foi em Ilhabela. Atravessamos todas as praias entre Ubatuba e São Sebastião, lotadas de banhistas que já curtiam o feriado, num dia lindo (para quem não tem que descarregar um caminhão). A fila na balsa para Ilhabela já estava grande e a galera já estava na folia, enchendo a cara e cantando. Na ilha, nós tivemos que descarregar sozinhes a outra metade da carga, num supermercado.






Exaustes, derretendo de calor, mas satisfeites por ter dado tudo certo, estacionamos o caminhão vazio e demos uma volta no centrinho de Ilhabela. Almoçamos num restaurante delicioso, de frente à praia e depois tiramos as botinas e arregaçamos a barra das calças para nos refrescar no mar.





Quando pegamos a estrada já era noite. A “operação descida” organizada na rodovia dos Tamoios nos dava só uma pista apertada para subir no contrafluxo do estado inteiro que descia a serra para passar o carnaval no litoral. Missão cumprida: agora era a nossa hora de começar o feriado!



Carga: Papel higiênico
Destino: Ubatuba e Ilhabela-SP
Distância percorrida,ida e volta: 450 km

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Goiânia II

A primeira viagem de 2016 para fora do estado de São Paulo foi justamente para Goiânia. Saímos cedo na terça-feira dia 02 de fevereiro e em Barretos paramos para almoçar. Queríamos experimentar um caminho diferente e saímos da Anhanguera na altura de Limeira, passando pelas cidades de São Carlos e Araraquara até a BR-153, para assim não precisar passar por dentro de Uberlândia e rodar numa rodovia sem pedágio e mais vazia. O ponto negativo desse caminho é que no trecho de Minas Gerais a estrada deixa de ser duplicada e piora muito, cheia de buracos. Por fim, dá quase na mesma, em questão de tempo.

Só conseguimos chegar em Goiânia tarde da noite, exaustos! Estávamos num caminhão toco com o baú bem alto, o que nos custou para desviar das tão familiares árvores do centro da cidade, mas conseguimos sem problemas chegar até a casa do pai do Tonho. O Golias ajudou a estacionar o caminhão e, no outro dia cedo, a descer mais umas caixas do Vinícius que trouxemos de Sampa, antes de sairmos para entrega no dia seguinte.

O caminhão ficou estacionado na frente do colégio que o Tonho estudou grande parte da vida. Nossa amiga Carlinha, que é professora lá, se deparou com nosso caminhão tomando conta da rua e nos escreveu:
 "Hoje cheguei atrasada na escola, fiquei estressadíssima com o trânsito na rua da portaria, não sabia mais o que fazer com tanto carro na minha frente e os minutos passando... Quando virei a esquina, vi um caminhão parado, ocupando os espaços dos carros que paravam ali para desembarcar as crianças. Minha raiva passou, subitamente, abri um sorriso sincero em meio às bozinadas estrondosas às 7hrs da manhã. O caminhão, naquele lugar, me fez lembrar que aquele singelo trambolho no meio do caminho era do Toño Tonhô e da Fran Zine."

A entrega da manhã daquela quarta-feira era no mesmo cliente que o Tonho tinha ido na semana do natal. Mas dessa vez, contratamos outro chapa. Foi o amigo Maurício que nos ajudou a descarregar o caminhão, a organizar as caixas pesadas e puxar três máquinas bem grandes. Com essa mão amiga, rapidamente cumprimos nossa missão e já estávamos prontos para pegar a estrada de volta.





Como terminamos o trabalho cedo, aproveitamos o resto da manhã para visitar a Janete, mãe do Tonho, e almoçar com seu pai e irmão. O cardápio do dia foi arroz com pequi!


Seguimos viagem de volta até Uberaba, onde paramos para comer e descansar. Naquela noite fazia 1 ano que moramos juntos e comemoramos na boleia do caminhão, em um posto na beira da rodovia!





Na  quinta-feira (04/02) seguimos até Paulínia, onde carregamos o caminhão de papel higiênico, para ser entregue no dia seguinte no litoral norte de SP. Saindo de lá, passamos em Barão Geraldo para buscar a Mariana, prima da Fran (Naninha, te amo. ass: Fran), e dar carona até o Vale do Paraíba, para passar o sábado de carnaval com a gente!



Como a viagem desta vez foi no meio de uma semana bem corrida, não pudemos ficar mais que meio dia em Goiânia e não deu pra matar a saudade. Estamos torcendo para da próxima vez sair uma entrega numa segunda ou sexta-feira, para dar tempo de curtir o fim de semana na cidade e rever mais amigos, além do nosso chapa!


 


Obs.: Deu para observar a melhora na qualidade das fotos do nosso blog, né? Esses foram nossos primeiros testes com a nossa mais nova aquisição : uma câmera GoPro, com objetivo de fazer umas imagens melhores das estrada!



Carga: Material hospitalar
Destino: Goiânia
Distância percorrida, ida e volta: 2.000 km

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Existe vida depois do carnaval – Viagens de dezembro e janeiro


     Como todo mundo sabe, o fim de ano é uma correria. Foi difícil trabalhar, escrever no blog e sobreviver às festas natalinas. Por isso, tivemos que abrir mão de algumas coisas e atualizar nossos relatos foi uma delas. Voltamos agora e aproveitamos para fazer um resumo do final de 2015 e início de 2016.
      No fim de 2015 tivemos alguns dias bem corridos, com o trânsito péssimo por causa das festas de fim de ano, vários lugares fechados dificultando as entregas, uma mistura geral de má vontade de trabalhar e exigência para cumprir loucamente as metas do ano. Nesses dias, basicamente fizemos entregas em São Paulo e proximidades, como ABC, Santos, Barueri, Caieiras...





Com muita chuva em Jacareí-SP





A primeira vez na Imigrantes

   





Com muito calor em Santos-SP


Com muito trânsito, na Imigrantes, volta de Santos
 
 

Na semana do natal, o Tonho foi sozinho fazer uma entrega em Goiânia, onde aproveitou para passar o Natal, enquanto a Fran ficou no estado de São Paulo fazendo entregas na grande São Paulo e Campinas. 
 Tem uma diferença grande quando trabalhamos juntes e quando vamos separados, com algum outro ajudante (ou chapa). Não só porque nos sentimos mais à vontade quando viajamos juntes, mas também porque um facilita muito o trabalho do outre, por exemplo, usando o GPS e adiantando as informações, “já vai pegando a pista da direita que ali na frente vai bifurcar” e coisas assim que na correria e no trânsito evitam movimentos bruscos com o caminhão ou errar o caminho – o que em São Paulo pode atrasar significativamente a viagem. Vale lembrar que os chapas trabalham bem, manuseiam o carrinho com habilidade e carregam peso com menos esforço que nós, além de normalmente compartilhar nossos gostos musicais.
     Em uma dessas viagens para São Paulo, a Fran deu carona na Sprinter para nosso amigo de Jacareí, Digu Digu (Rodrigo). Acordamos às cinco e saímos quando ainda estava amanhecendo. Lamentamos um pouco já que em outros tempos a essa hora ainda nem teríamos dormido, mas valeu a parceria e a viagem.

99% homem mas aquele 1% é caminhoneira - Os fiscais de baliza durante entrega em SP    

      Enquanto isso, o Tonho estava subindo a via Anhanguera rumo à Goiânia, em um truck Scania automático. A carga enrolou para ficar pronta e ele acabou saindo atrasado, tocando direto até Uberaba, sem parar, onde descansou algumas horas da madrugada no pátio de um posto. A primeira entrega foi em uma fábrica em Senador Canedo. Em seguida, o Tonho seguiu para o outro cliente, um distribuidor de materiais hospitalares em pleno centro de Goiânia. Para ajudar, ele contratou dois grandes amigos: Alexandre e André Senhori. Os “chapas” trabalharam direitinho e rapidamente descarregaram o caminhão, sob um calor massacrante de dezembro.
     Para o Tonho foi uma sensação maravilhosa a de dirigir um caminhão, desviando de árvores nas ruas apertadas no centro de Goiânia, o lugar mais familiar do mundo para ele. Ele guardou o caminhão num galpão em Aparecida de Goiânia e aproveitou para passar o natal com a família e amigos. No dia 26, entregou parte da mudança do Vinícius que trouxe de Sampa, e voltamos para São Paulo, dando carona para o próprio beiroso do Vincíus e a Ana Cristina, prima da Fran, que passaram o reveião conosco na Serra da Canastra.
Ana Cristina e Vinícius assuntando no caminhão

      O ano de 2016 começou devagar, as entregas diminuíram um pouco e ficamos alguns dias em casa, fazendo de vez em quando algumas viagens curtas na região. Para completar, em meados de janeiro o Tonho ficou doente e teve que se afastar do trabalho por uns quinze dias. Enquanto isso, a Fran trabalhou pouco, fazendo só algumas viagens curtas também no estado de São Paulo e contando com a ajuda dos chapas.
     Nesses dias, a Fran trabalhou na montagem do stand de uma feira de odontologia em São Paulo. A Fran foi de carro com dois ajudantes e mais um motorista - o encarregado principal das montagens de feira - e encontrou no local da feira um outro motorista, que tinha ido de truck e levado os equipamentos para a montagem. A ideia era ir principalmente para entender como funciona a logística da montagem das feiras. Como tinha bastante gente para ajudar, na hora da descarga a Fran ficou operando a plataforma – que consiste apenas em mexer duas alavancas, nada muito complexo. Na volta, a Fran voltou dirigindo o truck até Jacareí, o que foi um tanto complexo, porque ela teve que passar em uns lugares bem apertados na saída da feira.





      Janeiro acabou com uma vontade de “realmente” começar o ano, de voltar ao trabalho com força, de fazer viagens longas e conhecer lugares novos. É nossa expectativa para 2016: o nosso ano de caminhoneiros.