domingo, 11 de outubro de 2015

Grande São Paulo

  
Se ficamos assustados na primeira vez que entramos na cidade de São Paulo, hoje cruzar a marginal, nos meter na babilônia e enfrentar aquele mundaréu de carros e filas, se tornou para nós algo tão corriqueiro e familiar quanto o cheiro do Tietê. Muitos dos dias de trabalho que deixamos de postar aqui no blog, foram viagens para vários pontos da capital paulista.

Na última semana, entretanto, o trabalho em São Paulo foi intenso. O frete era fracionado, o que significa que tivemos que fazer uma série de pequenas entregas em hospitais e distribuidoras de material hospitalar na região da grande São Paulo. Esse tipo de trabalho é muito cansativo, porque implica passar grande parte do tempo com o caminhão em engarrafamentos; a cada entrega é um malabarismo para encontrar o endereço e estacionar, tratar com porteiros e encarregados, pensar a logística da descarga, descer as caixas pesadas na mão, etc. Nessa correria, acabamos sem horário para tomar café e almoçar. Além disso, para estar na porta do cliente antes das 8 horas, o despertador tem que tocar 04h30 da madruga.

Tantas coisas podem sair errado numa entrega, que dá um gostinho de vitória cada vez que concluímos uma. Cada nota fiscal recebida e assinada é uma conquista. Na real, o trabalho de motorista tem muito desse sentimento de missão cumprida.

Na quarta-feira (07/10), cruzamos São Paulo de cabo a rabo e amanhecemos em Barueri. Depois, fomos para dois hospitais no centro de Sampa e em seguida entregamos algumas caixas para um cliente em uma região mais afastada. O GPS nos mandou por um caminho de volta muito louco, por umas quebradas, cheias de ladeiras, contornando a Cantareira, fomos sair atrás da Fernão Dias. Já era tarde quando alcançamos a Dutra e almoçamos num posto.

Voltamos umas 16h para Jacareí, mas o dia de trabalho ainda estava longe de terminar. Fomos fazer uma entrega dentro de Jacareí mesmo. Batemos várias caixas, debaixo de um sol de rachar. Depois fomos fazer coleta da carga para entregar na quarta-feira e levar parte deste material para outra empresa de logística em São José dos Campos. Saindo de lá, o caminhão puxou um fio de telefonia pendurada no poste! Foi aquela confusão, em frente a um ponto de ônibus lotado que assistia a nós dois desesperados, com medo de sermos eletrocutados,atrapalhando o trânsito de uma das avenidas mais movimentadas de São José dos Campos, na hora do rush. Eram quase 21 horas quando conseguimos chegar em casa.

Às 05h da quinta-feira (08/10) já estávamos na estrada, outra vez rumo a Barueri. Depois de fazer a primeira entrega, seguíamos para a marginal Tietê, quando nos pediram para retornar em Barueri para fazer uma coleta no mesmo lugar de onde vínhamos. Lá fomos nós, cruzar de volta a marginal, que aglomerava mais carros conforme o dia ia passando. De lá, seguimos pelo Rodoanel para um hospital em São Bernardo dos Campos. Concluídas as entregas de quinta, voltamos pela rodovia Anchieta até o Rodoanel, e então pela Ayrton Senna até Jacareí.

Na sexta-feira (09/10), como eram poucas caixas a ser entregues, nos pediram para ir na Fiorino. Quando estávamos saindo de Jacareí, o carro começou a sair fumaça – a ventoinha tinha parado de funcionar. Trocamos os fusíveis e voltamos para transportadora. Só tinha um Uno disponível e tivemos que lotar o porta-mala e os bancos traseiros com as caixas. Apesar de estarmos num veículo menor, a viagem foi bem cansativa! Pegamos muito trânsito na capital porque era sexta-feira, véspera de feriado e fazia um calor danado. A primeira entrega foi em Jabaquara, a segunda em Paraíso. Depois de rodar todo o centro, pegamos as marginais e o Rodoanel, rumo a terceira entrega, no município de Caieiras. Para fugir da saída dos paulistanos para o litoral, resolvemos pegar a estrada que vai para Mairiporã até Atibaia, onde seguimos pela Dom Pedro e chegamos em cima de Jacareí. Essa alternativa aumentava 30 km a mais no trajeto, mas valeu muito a pena ter cortado o trânsito de Guarulhos. Também é um caminho muito bonito, que passa pela represa do rio Juqueri e nem parece que está tão perto da capital.

Dessa vez fica difícil fazer o mapa com o caminho exato que fizemos, por dentro de São Paulo, e calcular a quilometragem. Circulamos só na região, mas no fim de cada dia dava mais de 400 km rodados! A correria valeu pela experiência e por conhecer as veias principais que entram e saem da maior cidade da América do Sul.


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